domingo, 24 de abril de 2011

Homenagem aos doidinhos



Já repararam que, principalmente, no centro de São Paulo (próximo ao Teatro Municipal e na praça da Sé, por exemplo), sempre tem algum anônimo, tentando promover seu trabalho? Cantores e seus teclados, estátuas vivas, comediantes, só para citar alguns dos muitos artistas.

Já notaram também o aglomerado de pessoas que assistem aos shows e que, dentre esses espectadores, sempre tem, pelo menos, um doidinho?

O doidinho é aquele indivíduo que, na maioria das vezes, é morador de rua, fala sozinho e parecer estar sempre feliz.

Os doidinhos são um show à parte, isso quando não atraem mais atenção que o próprio artista que está se apresentando, sendo tanto quanto ou mais performáticos que estes.

Eles riem, cantam, tocam instrumentos imaginários, interagem com tudo e todos e dançam. Ah, como eles gostam de dançar! E parecem tão felizes...

Fato é que eles tem muito mais contato com arte e cultura do que muitos "não-doidinhos".

Por outro lado, mesmo desconhecendo os motivos que os levaram e os mantêm nas ruas, podemos imaginar que não é fácil ter que ficar acordado durante a noite para não correr o risco de ser incendiado. Ou perceber que te evitam por causa do seu mau cheiro e da sua má aparência.

Tenho dúvidas... Não sei se os doidinhos são eles ou se somos nós...

...

Em algum ponto do centro de São Paulo, um artista "emergente" se prepara para o show.

Enquanto isso, um doidinho pergunta para o outro:

- Quem será o doido que vai se apresentar aqui hoje?

...

Deixo aqui registrada a minha admiração por essas pessoas que, apesar dos pesares, ainda conseguem sorrir e transbordar alegria.

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