sábado, 25 de setembro de 2010

Eleições à vista


Já no próximo fim de semana exerceremos mais uma vez (para alguns, pela primeira vez), o nosso direito de voto, que por sua vez é obrigatório.

Parece contraditório, o voto ser, ao mesmo tempo, um direito e obrigatório... Mas, meu objetivo hoje não é discutir; quero, apenas, divulgar algumas páginas da internet que achei interessantes.

Para quem ainda está indeciso, ou simplesmente, está disposto a apertar qualquer tecla da maquininha, não desperdice seu tempo, nem seu voto.

No endereço abaixo, é possível pesquisar os candidatos e suas fichas, filtrando o resultado por partido ou região, por exemplo.

http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/index.jsp

Já neste outro, é possível simular uma situação de voto, com direito a ouvir o som característico, emitido pela urna de verdade.

http://www.tse.jus.br/internet/eleicoes/urna_eletronica/simulador_Votacao_2010/br.htm

Ah, mais uma coisa, caros eleitores. Confiram seus locais de votação, pois algumas zonas eleitorais (como a minha, por exemplo) foram alteradas.

http://www.tse.jus.br/internet/index.html

E não esqueçam de levar não só o título de eleitor, como também um documento de identidade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Programa em família



Há quanto tempo eu não assistia a um filme no cinema, na companhia de meus pais? Nem sei.

Me lembro da primeira vez em que meu pai me levou ao cinema. Eu era criança, tinha uns seis anos, talvez.

Fomos assistir a um filme dos Trapalhões (para quem não conhece, me refiro ao quarteto: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, que animava as tardes de domingo na TV Globo, há vinte anos). Eu estava bastante entusiasmada com a ideia e ficava imaginando como seria o cinema...

Meu pai comprou um lanche (que não era do McDonalds) para mim e outro para ele. Porém, quando ele foi comprar os ingressos, surpresa!, o preço tinha aumentado e o dinheiro não foi suficiente.

Fiquei desapontada, mas só pela oportunidade de passear com meu pai, já estava feliz da vida, afinal, não podíamos nos dar ao luxo de ter algum tipo de lazer pago, naquela época.

No fim de semana seguinte, voltamos ao cinema e aí sim, conseguimos assistir ao filme.

As primeiras sensações que tive, não foram boas: o som era muito alto, a imagem, muito grande, não cabia nos meus olhos. Mas, aos poucos, fui me acostumando e adorei a novidade, apesar de ter saído da sala com um zumbido no ouvido.

Desde então, cultivo o hábito de ir ao cinema com certa frequência. Os meus filmes preferidos são os infantis (que, no fundo, não são tão infantis assim), mas também aprecio os franceses, japoneses, indianos e, de vez em quando, assisto aos holliwoodianos.

Pois, neste último sábado, vivi momentos que remeteram à minha infância. Primeiro porque assisti ao Karatê Kid, estrelado por Jackie Chan e Jaden Smith e me lembrei do senhor Miyagi e de seu discípulo Daniel Larusso, ambos da primeira versão do filme. Segundo, porque fui com minha irmã e meu cunhado (o que não é novidade) e com meus pais.

Nos primeiros momentos, fiquei apreensiva por achar que o som estava demasiado alto, as imagens muito grandes e fiquei imaginando que isso poderia incomodar meus pais, que não estão acostumados com isso.

Mas, como fiquei feliz, ao perceber que eles estavam gostando. Como fiquei feliz ao ver o sorriso de satisfação no rosto deles a cada cena.

Eu acho que todos os filhos deveriam levar seus pais de vez em quando ao cinema.

Podem ter certeza de que é uma experiência, no mínimo, fantástica! Eu recomendo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lendo e aprendendo (história real)



- Ah, como eu queria saber ler...

- Calma! Quando você menos esperar, vai estar lendo tudo. Você vai aprender a ler aos poucos, não se desespere! Mas, já que estamos aqui, vamos treinar. Eu te mostro a figura, você tenta lembrar o que é e, aí, nós lemos a palavra juntas, tudo bem?

- Tá bom.

- O que é isto?

- É... não lembro o nome.

- Vou te dar uma dica. Nós usamos para lavar louça.

- Lavar louça?

- É. Para lavar os copos, os pratos, os garfos...

- Já sei! Isto é um LA-VA PRA-TOS!

- É... é um DE-TER-GEN-TE! E isto, o que é?

- Este eu sei. É Q-BOA!

- É o quê?

- Q-BOA!

- (Sussurrando) Léia, o que é Q-Boa?

- É o que, em São Paulo, chamamos de Cândida.

- Ah, tá! Vamos para o próximo. O que é isto?

- É NES-CAU.

- Na verdade, é TO-DDY.

- É o quê?

- É aquele chocolate em pó que colocamos no leite, só que de outra marca. Este é TO-DDY.

- Mas, dentro dele tem Nescau!

- É, você tem razão, Iasmim.


Naquele dia de minhas últimas férias, aprendi várias palavras e expressões próprias daquela região do nosso país e, principalmente, percebi o quanto nós, adultos, somos pretensiosos e dificultamos as coisas. Afinal, louça é artigo de luxo, que a maioria de nós não tem em casa; o que nós temos são colheres, garfos, copos e pratos. Q-Boa ou Cândida, tudo é água sanitária e Nescau e Toddy, no fundo (ou dentro), são a mesma coisa.

Sábia Iasmim. Você nem sabe, mas, naquele dia, aprendi muito mais do que ensinei.

domingo, 27 de junho de 2010

Michael X Simonal


1 ano da morte da Michael Jackson... Só se falou sobre isto essa semana, em todos os meios de comunicação (além, é claro, do assunto do mês: a Copa!).

Vários especiais com todos os mesmos clipes, entrevistas e biografias que vimos há um ano e também enquanto ele ainda estava vivo.

Nada contra o rei do pop. É inegável sua importância para o mundo da música.

O problema é que, nesta mesma semana, completou-se também uma década da morte de Wilson Simonal e eu só vi esta notícia no telejornal da TV Cultura, que para variar, é o único que se preocupa com outras coisas além de violência, de todos os tipos.

E aí, cadê o espaço para o rei das multidões?

A vida de Simonal, assim como a de Michael foi dura. De origem humilde, sofreu preconceito, obteve destaque, chegou ao estrelato, aprontou, sofreu acusações, e por aí vai.

Mas, garanto que, boa parte dos seus compatriotas não conhecem a sua história, a sua música, o seu carisma.

Ótima oportunidade para conhecer. Assistam ao documentário "Simonal - ninguém sabe o duro que dei", com direção de Claudio Manoel. Mais informações: http://www.simonal.com/

Michael Jackson que me desculpe, mas pelo menos aqui, neste meio (alternativo) de comunicação, o homenageado é o rei do swing.

domingo, 18 de abril de 2010

Lei nº 10.012/85: seja educado!




Dia desses, fiz algo que há muito tempo não fazia: usei o transporte público no período da manhã. Mais precisamente, em horário de pico, entre 6 e 8 da manhã. Que beleza!



Não pense que isso não acontecia há tempos porque eu me locomovo de carro. Não! Primeiro, eu não sei dirigir (ainda!). Segundo, não tenho motorista particular. E terceiro, a única vantagem em trafegar de carro nesta cidade, em dia útil, na hora do rush é você ter liberdade para ouvir a música que quiser ou, simplesmente, não ouvir. Ah, que sonho!



Ao contrário da maioria, eu, definitivamente, não sou uma pessoa diurna. Tudo o que posso evitar fazer durante a manhã, eu evito. Mas, em algumas ocasiões, é inevitável juntar-se à grande massa de paulistanos diurnos.



Nesse dia, em que peguei o ônibus pela manhã, tive mais uma prova do porquê não gosto das manhãs. Constatei que as pessoas estão (ou são?) cada vez mais egoístas e mal-educadas, pelo menos até o meio-dia.



Entrei no ônibus e, por falta de opção, me sentei na poltrona da janela de um assento reservado, mas consciente do meu dever de cidadã e de pessoa. Sentou-se um homem ao meu lado, entraram mais alguns passageiros e a viagem começou.



Algum tempo depois, despertando de um breve cochilo, notei que o ônibus já estava bem mais cheio e que havia uma senhora, em pé, ao lado do meu companheiro de poltrona, o qual estava bem acordado, mas não se importou com a presença dela. Então, cedi meu lugar à ela e, para a minha surpresa, o ser que estava ao meu lado teve a indelicadeza de se sentar no meu lugar e deixar o dele, no corredor, para a senhora. Paciência! Pelo menos, ela se sentou.



Minutos depois, entrou no ônibus um senhor que aparentava ter uns 70 anos. Imagine qual foi a atitude daquele já citado ser? Não se intimidou, nem se moveu. Que coisa, não?



Já na Avenida Rebouças, o ônibus começou a ficar mais vazio, mas não o suficiente para que todos se sentassem. E, dentre os que estavam em pé, um homem com o braço esquerdo imobilizado. E assim ele foi até seu destino. Assim como eu. Aí, você me pergunta: e o ser? E eu respondo: sentado, é claro!



Horas mais tarde, já voltando para casa, ainda tive que presenciar no metrô, uma grávida em pé, na frente de um homem, sentado no banco cinza.



Ah, que revolta! E o mais revoltante é saber que uma cidade como São Paulo, ainda precisa de leis desse tipo, que "obrigam" as pessoas a serem educadas e, ainda assim, vemos esses exemplos de total desrespeito acontecerem a todo momento.



Onde será que vamos parar? O tempo não pára, a cidade não pára... Será que vamos parar?


quarta-feira, 24 de março de 2010

Consumo e status na escola



Meses atrás, observando nossos alunos na hora do recreio, meu amigo Roberto disse: "quem tem salgadinho é rei!". Esse comentário me levou à um flashback.

No início da década de 1990, na periférica escola onde eu estudava, o aluno que se atrevia a comer a merenda da escola, se tornava motivo de chacota para os demais, durante todo o período letivo. Comer a macarronada ou o risoto (vulgo, "arroz de cachorro"), fornecidos pela escola, era o cúmulo da pobreza.

Naquela época, quem comprava balas Ice Kiss (com mensagem de amor) tinha mais amigos. Depois, teve a época do salgadinho Fandangos, do chiclete Big Big, do pirulito de coração, das balas de maçã verde e 7 Belo etc.

Já no final dessa mesma década, um dos símbolos de status do intervalo escolar (notem que, já não se chama mais "recreio") era a bolacha recheada, Negresco e Trakinas, preferencialmente. Não nos esqueçamos também do cheeseburguer com Coca Cola.

Percorrendo essa linha do tempo e chegando aos dias atuais, percebo que mudam-se os produtos, mas não se mudam os (pré) conceitos.

Produtos industrializados, com embalagens brilhantes, chamativas e barulhentas são tidos como melhores que aqueles, preparados em casa ou naturais.

Não vou negar que consumia e, até hoje, consumo esses tais produtos. Mas, com moderação.

Hoje, um dos meus maiores orgulhos é ter chegado ao cúmulo da pobreza várias vezes. Cresci aprendendo o que realmente significa boa alimentação.

E quanto àqueles amigos que chupavam as minhas balas Ice Kiss, nunca mais os vi.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Conceito de poder


Estamos, hoje, vivendo o que podemos chamar de "era Big Brother", já que somos todos vigiados praticamente o tempo inteiro. Digo isto, baseada na ideia contida na obra "1984", de George Orwell, passando pelo filme "O show de Truman", de Peter Weir e me utilizando, somente, do nome do show de horror Global (se é que vocês me entendem).


Seja por câmeras, pela internet, pelos vizinhos ou pelo celular, o fato é que tem sempre alguém violando, ou pelo menos, tentando violar a privacidade alheia, para o bem ou para o mal.


E por que será que as pessoas temos tanto fascínio pela vida dos outros? Acredito que é pela sensação de poder, de dominação, de controle sobre o outro.


Vejamos o exemplo do telefone móvel. Qual é a primeira pergunta que, normalmente, fazemos e/ou ouvimos ao celular? Fácil! "Onde cê tá?" Já repararam que a resposta, raramente é verdadeira? Qual será a causa dessa omissão ou mentira?


Simples! Ao dizermos que estamos na Av. Nove Julho, quando ainda, na verdade, não chegamos nem à Marginal Pinheiros, mais do que, simplesmente, tentando amenizar a raiva de quem está à nossa espera, estamos nos rebelando (mesmo que, de maneira inconsciente) contra a tentativa de sermos dominados, controlados pelo outro.


Conclusão: essa história de ter poder sobre o outro, não passa de ilusão. Quem "domina", acha que tem o poder, mas sabe que não o tem. E o "dominado" é quem, de fato, tem o controle da situação, e muitas vezes, nem o sabe.


Resumo: na "era Big Brother", o celular é a pior escolha para quem quer controlar e, talvez, a melhor para quem é, supostamente, controlado. Repense seus conceitos.


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eu adoooooooro "Macunaíma"!




Quem já não começou e logo em seguida desistiu de ler "Macunaíma", de Mário de Andrade? Na escola, no cursinho, na faculdade as pessoas sempre fazem careta para o "herói sem nenhum caráter". Menos eu.

A primeira vez que li esta obra foi para prestar vestibular. Dei muita risada sozinha!
Na segunda vez, já estava na faculdade. Mais acostumada ao estilo de Mário de Andrade, consegui acompanhar sua reflexão sobre a busca da identidade nacional. E dei muita risada sozinha! No dia em que a professora disse que a leríamos e todo mundo torceu a cara, eu não me contive: "professora, eu adoooooooooro "Macunaíma"!" Oh, cara de espanto dos meus colegas! Ah, cara de felicidade da professora!

Se você pretende (ou precisa) ler "Macunaíma", o primeiro passo é despir-se do dicionário. Pode ter certeza de que, neste caso, ele não vai te ajudar em praticamente nada. Todos aqueles nomes indígenas, presentes na obra, estão ali para adornar o enredo, além de ser um belo registro da nossa Língua Brasileira. Depois, se deixe levar na "viagem" de Mário de Andrade e seu nem tão complexo personagem, pelo Brasil e mundo afora.

E não me venha com "ai, que preguiça". A preguiça pode significar mais do que você imagina.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dia (in)útil


O que é um dia útil? Segunda, terça, quarta, quinta e sexta-feira? Depende. Útil para quê? Para quem?

A convenção bancária, financeira, econômica etc., delega que de segunda à sexta-feira, exceto feriados, temos os tais dias úteis. Mas, e aquele dia que é normalmente "enforcado"? Por exemplo, aquela segunda-feira que antecede a terça de Carnaval? É um dia inútil? Para quê? Para quem?

É verdade que não podemos decretar aos bancos que não queremos pagar nossas contas de segunda à sexta (exceto feriados, não se esqueça!), simplesmente, porque, para nós, esses são dias inúteis.

Mas, podemos transformar nossos sábados, domingos e feriados em dias úteis. Começando por desligar a televisão.

Se ficar em fila de banco, pegar trânsito e se estressar tornam o nosso dia útil, imagine se fizéssemos o que gostaríamos de fazer ou o que fosse realmente útil para nós? Nesse caso, todos os dias poderiam ser úteis, só dependendo da nossa vontade, iniciativa e ponto de vista.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A boneca... puff!

Passeio em família. Oba, cinema! As meninas vestiram a "missa nova" (aquele melhor "par de roupas") para o grandioso evento.

Depois do filme, no caminho para o ponto de ônibus, lá estava ela: a barraca de brinquedos. E nela, estava Ela: a boneca que a menor mais gostou na vida.

Foi batizada de Gorda, tamanho o seu tamanho e volume. Adivinhem quem teve que carregá-la até em casa? A maior!

Ela tinha uma cara simpática, cabelos de lã cor de rosa e o corpo de pano. Viveu muitos anos com aquela família, presenciou muitas transformações e sofreu outras tantas.

Chegou à velhice, já bastante acabada, colocando os bofes para fora. A mãe veio com a resolução: temos que nos desfazer dela. Lamentos, protestos e, por fim, o arrebatamento.

Mas, a Gorda, mesmo depois de morta, ainda permaneceu com eles por mais alguns anos. Seus rins, fígado e pâncreas foram doados para o puff marrom, que andava meio murcho naqueles tempos.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A feira de quarta-feira


Me lembro que, quando eu era criança, uma das minhas atividades favoritas era ir à feira livre com minha mãe.

Próximas à minha casa, existiam três feiras: a de domingo, a de sexta-feira e a mais legal, que era a das quartas-feiras.

Para chegarmos às feiras de sexta e de domingo, tínhamos que caminhar bem mais e, além disso, tinha um morro... que dava preguiça só de pensar em subi-lo. Talvez seja esse um dos motivos que faziam-nas menos interessantes.

Já a feira de quarta... ah, que delícia! Era nela que minha mãe encontrava as vizinhas, as amigas, as mães das outras crianças da escola... E eu encontrava as filhas de todas essas mulheres, porque as filhas também gostavam da feira, assim como eu. Era uma farra!

Naquela época, tudo se comprava na feira, não só frutas, legumes e pastel. Roupas, produtos da Avon, panela, a mistura da semana, Havaianas... tanta coisa...

Fui crescendo, passei a estudar em lugares mais distantes, fui perdendo o contato com as filhas das mulheres da feira. Comecei a trabalhar, mudei de casa e fiquei alguns anos sem voltar à feira.
Quando numa quarta-feira, estando de folga, resolvi descer na feira, me deparei com os efeitos da modernidade.

Com menos da metade de sua extensão original, restavam somente algumas pobres e cinzas barracas. Já não se ouvia mais o pregão dos feirantes, até porque as donas-de casa não existiam mais por ali. Nem por aqui.

As mulheres da feira, assim como minha mãe, começaram a trabalhar fora e, por isso, não podiam mais se dar ao "luxo" de ir à feira em plena manhã de dia útil (a não ser que fosse para a patroa). E com mais dinheiro no bolso, as famílias, então, passaram a frequentar outros lugares e adquiriram outros hábitos de consumo; trocaram as frutas e os legumes por lanches do McDonalds (com direito à Mc Lanche Feliz para as crianças!); trocaram a feira pelo shopping.

Além disso, hoje, todo mundo faz a feira no superhipermercado. E lá, também compram roupas, a mistura da semana, panela, Havaianas... tanta coisa...

A hora da Xepa chegou mais cedo na minha querida feira. Pelo menos, ainda resta o pastel. Não tem nada igual a pastel de feira! De quarta-feira.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pó roxo, mini-conto

Acho que eu tinha uns seis anos, quando peguei catapora. Tive que ficar "de molho" por vários dias e tomar banho na banheira, cheia de água misturada com aquele pó roxo, que, até hoje, não sei o nome.

Minha mãe dizia que aquilo era remédio para secar as feridas da catapora; eu dizia que estava tomando banho de suco de uva.

Comédia tem graça (?)

Dia desses ganhei um par de ingressos para assistir à uma peça de teatro super aclamada pelo público e pela crítica. Era uma comédia que estava retornando à São Paulo, em curtíssima temporada, no bairro de Moema.

Fiquei super orgulhosa de mim mesma, afinal, consegui os ingressos (que não são baratos) através de um concurso cultural super disputado.

Convidei minha irmã para ir comigo. Fomos. Decorridos dez minutos do início da apresentação, e após contemplarmos as gargalhadas da plateia, decidimos ir embora.

Como estávamos próximas à saída de emergência, perguntamos ao segurança se poderíamos sair por ali. Ele nos questionou se estávamos passando mal, ao que eu respondi que, simplesmente, não gostamos da peça. Oh! Super cara de espanto do segurança!

Naquele dia, aprendi que todos nós, em algum momento de nossas vidas, sofremos de alienação. Só que de maneiras e em graus diferentes.

Naquele dia, entendi que o que é cômico para os críticos e para o público de Moema, para mim, não tem a menor graça!