domingo, 18 de abril de 2010

Lei nº 10.012/85: seja educado!




Dia desses, fiz algo que há muito tempo não fazia: usei o transporte público no período da manhã. Mais precisamente, em horário de pico, entre 6 e 8 da manhã. Que beleza!



Não pense que isso não acontecia há tempos porque eu me locomovo de carro. Não! Primeiro, eu não sei dirigir (ainda!). Segundo, não tenho motorista particular. E terceiro, a única vantagem em trafegar de carro nesta cidade, em dia útil, na hora do rush é você ter liberdade para ouvir a música que quiser ou, simplesmente, não ouvir. Ah, que sonho!



Ao contrário da maioria, eu, definitivamente, não sou uma pessoa diurna. Tudo o que posso evitar fazer durante a manhã, eu evito. Mas, em algumas ocasiões, é inevitável juntar-se à grande massa de paulistanos diurnos.



Nesse dia, em que peguei o ônibus pela manhã, tive mais uma prova do porquê não gosto das manhãs. Constatei que as pessoas estão (ou são?) cada vez mais egoístas e mal-educadas, pelo menos até o meio-dia.



Entrei no ônibus e, por falta de opção, me sentei na poltrona da janela de um assento reservado, mas consciente do meu dever de cidadã e de pessoa. Sentou-se um homem ao meu lado, entraram mais alguns passageiros e a viagem começou.



Algum tempo depois, despertando de um breve cochilo, notei que o ônibus já estava bem mais cheio e que havia uma senhora, em pé, ao lado do meu companheiro de poltrona, o qual estava bem acordado, mas não se importou com a presença dela. Então, cedi meu lugar à ela e, para a minha surpresa, o ser que estava ao meu lado teve a indelicadeza de se sentar no meu lugar e deixar o dele, no corredor, para a senhora. Paciência! Pelo menos, ela se sentou.



Minutos depois, entrou no ônibus um senhor que aparentava ter uns 70 anos. Imagine qual foi a atitude daquele já citado ser? Não se intimidou, nem se moveu. Que coisa, não?



Já na Avenida Rebouças, o ônibus começou a ficar mais vazio, mas não o suficiente para que todos se sentassem. E, dentre os que estavam em pé, um homem com o braço esquerdo imobilizado. E assim ele foi até seu destino. Assim como eu. Aí, você me pergunta: e o ser? E eu respondo: sentado, é claro!



Horas mais tarde, já voltando para casa, ainda tive que presenciar no metrô, uma grávida em pé, na frente de um homem, sentado no banco cinza.



Ah, que revolta! E o mais revoltante é saber que uma cidade como São Paulo, ainda precisa de leis desse tipo, que "obrigam" as pessoas a serem educadas e, ainda assim, vemos esses exemplos de total desrespeito acontecerem a todo momento.



Onde será que vamos parar? O tempo não pára, a cidade não pára... Será que vamos parar?


4 comentários:

  1. É Ana realmente a cidadania tão pregada por tantos filósofos, creio que ficará eternamente presa a livros e salas de aulas, entretanto a sorte é que existem pessoas, cidadãs como nós, que, se não resolveremos os problemas do mundo, pelo menos sabemos com convicção de que estamos tentando, uma andorinha só não faz verão, mas somos dois, e porque não chamar a atenção dessa forma que estamos fazendo, denunciando o errado, o injusto, o corrupto e tantas outras que não preciso citar.
    Mas continuemos a fazer questionamentos, é assim que iremos elucidar situações como essa, para seres ignorantes, abastados de burrice.

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  2. Um dia nos encontraremos navegando em uma órbita sem destino, inexistente de conhecimentos, entretanto, simplesmente de informações, que é só o que se possui atualmente em diversas sociedades, o que se torna difícil, pois vai tornando as pessoas presas de suas próprias mentes informatizadas, não sabem questionar, não sabem refletir, educar, pensar, e assim vai, até um que bateremos de frente com a trajetória que estamos propondo.

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  3. É incrível o fato de que utilizando um transporte numericamente limitado como o ônibus possamos ter um retrato tão fiel da sociedade em que estamos inseridos. Pessoas indelicadas, insensíveis, egoístas e por aí vai. Triste constatar isso...

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