Estamos, hoje, vivendo o que podemos chamar de "era Big Brother", já que somos todos vigiados praticamente o tempo inteiro. Digo isto, baseada na ideia contida na obra "1984", de George Orwell, passando pelo filme "O show de Truman", de Peter Weir e me utilizando, somente, do nome do show de horror Global (se é que vocês me entendem).
Seja por câmeras, pela internet, pelos vizinhos ou pelo celular, o fato é que tem sempre alguém violando, ou pelo menos, tentando violar a privacidade alheia, para o bem ou para o mal.
E por que será que as pessoas temos tanto fascínio pela vida dos outros? Acredito que é pela sensação de poder, de dominação, de controle sobre o outro.
Vejamos o exemplo do telefone móvel. Qual é a primeira pergunta que, normalmente, fazemos e/ou ouvimos ao celular? Fácil! "Onde cê tá?" Já repararam que a resposta, raramente é verdadeira? Qual será a causa dessa omissão ou mentira?
Simples! Ao dizermos que estamos na Av. Nove Julho, quando ainda, na verdade, não chegamos nem à Marginal Pinheiros, mais do que, simplesmente, tentando amenizar a raiva de quem está à nossa espera, estamos nos rebelando (mesmo que, de maneira inconsciente) contra a tentativa de sermos dominados, controlados pelo outro.
Conclusão: essa história de ter poder sobre o outro, não passa de ilusão. Quem "domina", acha que tem o poder, mas sabe que não o tem. E o "dominado" é quem, de fato, tem o controle da situação, e muitas vezes, nem o sabe.
Resumo: na "era Big Brother", o celular é a pior escolha para quem quer controlar e, talvez, a melhor para quem é, supostamente, controlado. Repense seus conceitos.
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