Dia desses, fiz algo que há muito tempo não fazia: usei o transporte público no período da manhã. Mais precisamente, em horário de pico, entre 6 e 8 da manhã. Que beleza!
Não pense que isso não acontecia há tempos porque eu me locomovo de carro. Não! Primeiro, eu não sei dirigir (ainda!). Segundo, não tenho motorista particular. E terceiro, a única vantagem em trafegar de carro nesta cidade, em dia útil, na hora do rush é você ter liberdade para ouvir a música que quiser ou, simplesmente, não ouvir. Ah, que sonho!
Ao contrário da maioria, eu, definitivamente, não sou uma pessoa diurna. Tudo o que posso evitar fazer durante a manhã, eu evito. Mas, em algumas ocasiões, é inevitável juntar-se à grande massa de paulistanos diurnos.
Nesse dia, em que peguei o ônibus pela manhã, tive mais uma prova do porquê não gosto das manhãs. Constatei que as pessoas estão (ou são?) cada vez mais egoístas e mal-educadas, pelo menos até o meio-dia.
Entrei no ônibus e, por falta de opção, me sentei na poltrona da janela de um assento reservado, mas consciente do meu dever de cidadã e de pessoa. Sentou-se um homem ao meu lado, entraram mais alguns passageiros e a viagem começou.
Algum tempo depois, despertando de um breve cochilo, notei que o ônibus já estava bem mais cheio e que havia uma senhora, em pé, ao lado do meu companheiro de poltrona, o qual estava bem acordado, mas não se importou com a presença dela. Então, cedi meu lugar à ela e, para a minha surpresa, o ser que estava ao meu lado teve a indelicadeza de se sentar no meu lugar e deixar o dele, no corredor, para a senhora. Paciência! Pelo menos, ela se sentou.
Minutos depois, entrou no ônibus um senhor que aparentava ter uns 70 anos. Imagine qual foi a atitude daquele já citado ser? Não se intimidou, nem se moveu. Que coisa, não?
Já na Avenida Rebouças, o ônibus começou a ficar mais vazio, mas não o suficiente para que todos se sentassem. E, dentre os que estavam em pé, um homem com o braço esquerdo imobilizado. E assim ele foi até seu destino. Assim como eu. Aí, você me pergunta: e o ser? E eu respondo: sentado, é claro!
Horas mais tarde, já voltando para casa, ainda tive que presenciar no metrô, uma grávida em pé, na frente de um homem, sentado no banco cinza.
Ah, que revolta! E o mais revoltante é saber que uma cidade como São Paulo, ainda precisa de leis desse tipo, que "obrigam" as pessoas a serem educadas e, ainda assim, vemos esses exemplos de total desrespeito acontecerem a todo momento.
Onde será que vamos parar? O tempo não pára, a cidade não pára... Será que vamos parar?